terça-feira, 14 de setembro de 2010

ESTÁGIO SUPERVISIONADO III

UNIDADE I
A CIDADE E SUAS POSSIBILIDADES EDUCATIVAS

Nesse Estágio Supervisionado 3 nossa proposta é ampliarmos a experiência de estágio para além dos muros da escola tomando a cidade como referência para a elaboração de projetos de ação educativa. Consideramos que é em uma “escala intra urbana que a vida cotidiana e a relação entre cidade, cultura e cidadania podem ser analisadas com maior profundidade” (CAVALCANTI, 2001, p. 13).
O desafio é olhar para a cidade de uma maneira diferente, nesse sentido trazido pelo poeta - olhar daquele que acaba de chegar, de quem acaba de nascer para a eterna novidade do mundo. Ver aquilo que nunca havíamos prestado atenção no contexto cotidiano, no dia a dia. Pensar a cidade enquanto um organismo vivo, dinâmico, que trás uma história construída ao longo dos tempos (seja ela recente ou de longa data), uma história feita pelos seus habitantes, cada um com suas relações, suas profissões, seus ofícios, sua cultura; a cidade formada, por seus lugares; físicos, afetivos, simbólicos. A cidade que é feita pelas mãos daqueles que as constroem.
A compreensão da cidade como produção, fundada em racionalidade e contra-racionalidades leva-nos a uma perspectiva favorável a uma educação para a vida, e para uma vida melhor.

TONAR O FAMILIAR ESTRANHO
Frequentemente, a arte que existe em nossa vida cotidiana é invisível.
No entanto, quando a arte local é interpretada a partir do seu contexto, essa interpretação aciona não só uma maior compreensão da arte em si, mas também uma análise crítica do sistema de produção e dos valores nela refletidos (...). O perturbamento do familiar descreve esse processo de tornar visível a arte e a cultura locais (...). (BASTOS, 2006)
Em outras palavras:
A noção de perturbamento no familiar
a) descreve metaforicamente o processo pelo qual membros da comunidade adquirem um maior discernimento sobre a própria cultura.
b) ddescreve interpretações feitas não por forasteiros, mas por pessoas da comunidade, e consiste um passo essencial para compreender a identidade cultural que possuímos.
c) esse processo convida a um envolvimento histórico e político e uma reflexão sobre as possibilidades de mudança.
d) essa noção também possibilita identificar formas de autoria em diferentes grupos culturais e os sistemas de valores que as sustentam (Hamblen,
1990).
e) busca enriquecer o discurso atual em arte/educação pela articulação das questões de gênero, classe social e etnia que afetam as comunidades (BASTOS, p.234 e 235);
Exercitemos, então, um novo olhar para essa cidade, um olhar poderoso, desconstruidor de discursos caracterizadores e imagens construídas, em busca de visualidades, territorialidades, espacialidades, em uma perspectiva multicultural crítica.
Assim, propomos esse olhar sobre a cidade: buscando descobrir em cada um a cidade que habita que foi se construindo ao longo dos tempos e que, podem representar a possibilidade de ir consolidando um olhar mais apurado - olhar crítico e mais sensível para o contexto e o meio ambiente. Aqui temos a transição de um olhar indiferente rumo a um olhar reflexivo, olhar que pergunta, olhar que indaga.

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